domingo, 26 de fevereiro de 2017

Romance Os Pássaros também choram. - Enquadramento

Estas bem que podiam ser as mãos de Guilherme e de Dona Leonilde, uma imagem que sintetiza todo o meu livro. Um amor que nasceu de um ato de compaixão. Não eram nada um ao outro, Guilherme apenas queria mitigar com desvelo
a culpa da idosa, no rapto do neto ao assumir o seu papel. Encontraram-se nas palavras cruas e duras de Maria Rita, vítima de violência doméstica e filha de Leonilde. O cancro levou Rita mas deixou o seu espólio de palavras. Elas ecoam na nossa consciência, emocionam-nos e deixam-nos os olhos marejados de lágrimas. A meio da história Leonilde e o putativo neto, libertam o pássaro que não cantava após a morte de Rita... Guilherme vê-lo adejar e a pousar no seu ombro quando visita a campa da mulher. Ele relembra as palavras da idosa " Voltamos sempre ao lugar onde fomos felizes". Dona Leonilde renega a verdade, quando Guilherme revela-lhe que não é Bruno, o seu neto e apenas assumiu o seu papel, para ajudá-la a morrer em paz. Mas será que Dona Leonilde sempre soube a verdade? Será que é mais fácil vivermos com uma mentira piedosa? Será que o amor não está onde o encontramos? Num último ósculo, no apogeu do romance, Guilherme cai aos pés da senhora, num gesto de genuflexão, pedindo perdão. O vento sibilava nas cortinas, a velhinha soltou um último espasmo e naquele momento, antes de ela ir beijar os pés do Senhor, Guilherme e Leonilde, foram avó e neto!...
" Os Pássaros também choram" é um romance encantador, que une diferentes gerações, que quebra paradigmas, um hino ao amor e à vida!



O meu segundo romance - Os Pássaros também choram

Os Pássaros também choram

O meu novo livro "Os Pássaros também choram"
Caros amigos
Apresento-vos finalmente, acabado de sair,  o meu novo romance, que lavrei com mãos de artesão. Às palavras eruditas, que lhe conferem uma beleza singular juntam-se temáticas atuais e fraturantes que não irão deixar ninguém indiferente. 

A violência doméstica, o cancro, a solidão nos idosos, o rapto de um filho são algumas das temáticas...

  " Por muito que choremos copiosamente, por muitos dramas que a vida nos inflija, seremos sempre livres para voar, nas asas dos nossos sonhos..." 

                                                                      Tiago Seixas

Disponível na BERTRAND e em WOOK

Bem hajam!

Quem sou eu!

Quem sou eu

Sou a dualidade da antítese, sou obra inacabada...
Sou eu à procura de mim próprio...
Trilhando o meu caminho, sem subterfúgios...
Sou as minhas emoções, que se volatizam no ar
Nesta efémera caminhada da vida
Busco o momento alegre
partilhando
que a vida, só faz sentido, na partilha
e o resto entrego para Deus,
Ele está sempre comigo
afagando-me os caracóis dos cabelos
e ciciando o amor
Ai o amor!
O princípio e o fim,
a génese de tudo...
Porque Deus é amor
e a vida sem amor
é castigo!

O meu primeiro romance - A TRANSGRESSORA


O meu primeiro livro " A transgressora" foi um livro de grande arrebatamento espiritual, pela dimensão humana da personagem principal, a transexual. Regina, que foi modelada com lágrimas copiosas em simbiose com um humor acutilante. Ela concentra em si a complexidade de todos nós enquanto seres-humanos. Gosto de quebrar paradigmas, de ter uma escrita consciente e pedagógica. Regina é fruto de um grande amor, que em prol de uma vingança, cometeu os crimes mais hediondos. Se ela mergulha nas trevas, também adeja no ar, com o seu lado mais bondoso e solidário. Ela foi a minha força motriz e permanece viva na minha memória. Regina, é quase uma obra de arte inacabada. Ela evola nos meus livros, pela sua grande riqueza interior. Um livro fascinante, uma paixão imberbe, que não deixará ninguém indiferente!

As minhas três mães

Quando era pequenino dizia que tinha três mães: a minha mãe, a minha madrinha e a minha avó. São sem dúvida as mulheres da minha vida, guerreiras, justas, lindas... Agradeço todos os dias por tê-las na minha vida. São o meu esteio, meu céu, meu mar... A minha madrinha partiu precocemente, mas lembro-me de todos os seus conselhos sábios, de ela nunca se cansar em gastar o verbo amar. Tenho saudades madrinha de passearmos de mão dada, das tuas gargalhadas, de ao teu lados os problemas deixarem de o ser. És uma inspiração e sei que és o meu anjo da guarda e que o nosso amor é intemporal e incondicional. Tudo o que faço na vida, os meus livros e projectos, são dedicados a ti. Sei que tens orgulho em mim sempre me disseste. À minha avó estão gastas as palavras, é a pessoa mais doce e bondosa, que eu conheço. Toda a gente te adora. A minha mãe, é tudo, amor maior! É o meu exemplo de como estar na vida, é a pessoa mais importante...
Amo-vos muito às três, já vos disse e não me canso de o dizer...

Pouco me importa

Pouco me importa, se a panela está ao lume, se dizes que o jantar pode queimar, se a minha fome é dos teus beijos. Pouco me importa, se não tenho os bolsos cheios de moedas e tenho as algibeiras vazias. Posso saltar, correr, apanhar conchinhas na praia, sem medo de perder uma moeda e não viver corrompido pela ambição ou avareza. Pouco me importa, se vou de pé no autocarro, se é para te encontrar. Pouco me importa se sou o último da fila, se é para te ver. Pouco me importa, se o meu discurso é prolixo, obtuso, se na minha boca as palavras sabem a mel. Pouco me importa, o que pensem de mim se sou livre para adejar como os pássaros. Pouco me importa, se a minha janela é mais pequena que a tua, se os meus olhos enxergam mais longe que os teus... O que me importa é viver a vida e não passar por ela, amar os detalhes e ter uma migalha do teu amor...

O meu percurso na escrita

Para os que não gostam de ler, há sempre um livro que nos apaixona. Através dele, podemos viajar por mundos fantásticos, emocionar-nos, sermos melhores pessoas! Há nas palavras uma força, um poder. Eu já adorava Fernando Pessoa, mesmo antes de ler, o "Livro do Desassossego", depois reencontrei-me com ele na escola, onde mergulhei no seu vasto espólio. Quando me deparei com Camões, algo indescritível brotou dentro de mim. Depois, "A aparição" de Vergílio Ferreira ou "Felizmente há luar" de Luis Sttau Monteiro", que adorei! Continuei amealhar e fui comprando livros apaixonantes. Comecei a gostar de poesia, com o poema "Adeus" de Eugénio de Andrade. Encantei-me com este poeta e muitos outros. Mais tarde na cadeira de LCP2- Língua e Cultura Portuguesa 2, na faculdade, com a professora Rita Taborda Duarte, emocionei-me com os poetas, que demos, mormente Herberto Helder. Que saudades dessas aulas inspiradoras, em que conheci a obra de Carlos Oliveira e apresentei o livro "Uma abelha na chuva." Gosto de ler, como gosto de ouvir Amália, Léo Ferré, Ornela Vanoni, para mim tudo soa a poesia. Estou grato aos meus pais que sempre me incutiram esse gosto. Mas se alguém começou esta jornada, foi com a minha querida e saudosa professora Emília da primária, que ao ler-nos " A fada Oriana" de Sophia de Mello Breyner Andresen,fez com que eu ficasse fascinado com esta grande senhora e acompanhasse todo o seu percurso literário. Era um jovem imberbe estava rendido " A Rosa, minha irmã Rosa" de Alice Vieira, comprei quase todos os livros de "uma aventura" de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. Rendi-me a Saramago, o meu escritor preferido. Inspirei-me em grandes mulheres, grandes escritoras, as maiores, para mim, como Rita Ferro, Natália Correia, Agustina Bessa-Luís, entre outras. Como o aprendiz que admira a perfeição do seu mestre, fui a medo, levado pelas emoções a lavrar o meu primeiro romance. Li quase todos os livros de Vargas Lhosa, outro génio que eu adoro, dos meus preferidos. Viajei nas palavras de Hemingway, de Fiódor Dostoiévski, tantos e tantos maravilhosos escritores. Dos últimos livros que li, foi Mo Yan, "Peito Grande, Ancas Largas", recomendo.Temos tantos escritores nacionais fantásticos, com imenso talento, a quem tiro o meu chapéu. É difícil enumerar. Há sempre um livro que nos espera. Muitos vieram ter--me às mãos sem que os procurasse, estavam lá, como se houvesse uma sincronia entre nós. A minha casa parece uma biblioteca, tantas e tantas emoções. É isso que um dia levarei comigo, esses momentos de partilha. Leiam, fomentem a cultura, mas sobretudo nunca se esqueçam, que os livros tornam-nos maiores, mais conscientes, mais unos e completos... O meu muito obrigado a todos os escritores, sejam mais conhecidos, ou não mas que colocam muito de si, todo o seu empenho e amor naquilo que escrevem. Porque um livro é um ato de amor! A minha sentida admiração.

Um anjo toma conta de mim

Madrinha, meu anjo,


Minha flor de Inverno...Meu chinelo de meu pé cansado e ferido...


Meu aconchego...minha confidência...


Porquê? Porquê? Quem roubou a corda dessa viola?


Desse fado de amar... Quem apagou as gargalhadas extasiantes...


E desfolhou as pétalas do teu jardim...


Sem ti, o norte confunde-se com o sul, e o brilho virou opaco....


Mais uma princesa do meu castelo, tu és, foste e sempre serás


a mais bela entre as mulheres...


Tu agarraste a vida, mas ela fitou-te...


Tu coragem de mulher, autenticidade do ser...


Contigo fui feliz, aprendi e cresci...


A vida é efémera


Tu partiste


E eu fiquei...


Com lágrimas de sal, uma nostalgia infindável...


Com uma saudade eterna...


E sem poder agarrar os segundos...


Madrinha, mãe, amiga, confidente...


Por muito que a soberania da morte nos separe


Jamais estaremos longe

Obrigado!

Todos os dias, desde que comecei a divulgar o livro, recebo mensagens de carinho e incentivo, que me deixam emocionado. Muitos de vocês que me conhecem, sabem que eu sou uma pessoa simples, reservada, tímida, sensível ao mundo e aos outros. Já me falaram em palestras, apresentações, tudo isto está a ganhar uma proporção que eu nunca imaginei e que por um lado me intimida. Com este livro, só quis fazer uma homenagem à minha madrinha, ao meu amor incomensurável. Sempre acreditei que cada um de nós tem uma missão a desempenhar nesta vida: ser um bom pai, boa mãe, bom filho, bom profissional, bom amante, dedicar-se às artes, às letras, à ciência, a causas sociais, todavia, sempre com o objetivo de dar o melhor que existe em nós. Por conseguinte, todas elas são formas de deixarmos o nosso contributo ao mundo, caso contrário apenas seríamos um invólucro sem substância. Só somos unos enquanto gente, na partilha. Nada é mais belo que os afetos! Sou homem e não tenho vergonha de gastar o verbo amar, de tanto o soletrar, às pessoas que eu amo. Não escondo o rosto quando o tenho esculpido em lágrimas. Tenho as emoções à flor da pele. Sou muito grato a todos que passam pela minha vida e deixam o seu contributo. Os amigos que me abraçam e me socorrem, ao professores que me ensinaram a sua arte, aos escritores que me inspiram, à minha família que amo incondicionalmente. Sou sobretudo, grato a Deus, que nos momentos mais duros e de maior solidão, embalou-me e revigorou-me as forças, para eu continuar a minha caminhada. Por isso, muitas vezes na busca do meu caminho, foi a Ele que eu entreguei o meu fado, porque sei que está sempre comigo. Apesar de muitas vezes não compreender este mundo em que vivemos, continuo a ter fé e respeito nos homens, mormente uma admiração imensa pelas mulheres. Não sei se é pelo facto de ter o privilégio, de ter na minha família, grandes mulheres, cultas, solidárias, guerreiras, que muitos de vocês conhecem e decerto, corroboram. Sou grato à educação que tive, aos valores que me deram, a respeitar toda a gente por igual. Mas há sentimentos indescritíveis em palavras, por muito que eu tente esmiuçar, torna-se difícil. Sempre fui uma pessoa atenta e preocupada com o que me rodeia e por isso escrevo sobre essas temáticas, com a maior humildade, mas também com a maior dignidade, como forma de alerta e prevenção. Todos nós como cidadãos temos o dever de sair da nossa bolha e estarmos atentos, ao que nos rodeia, de agir e contribuir para transformar o mundo. Reitero, o amor é o caminho!
Muito obrigado a todos, do fundo do meu coração... Que sejam felizes nas vossas vidas, nas vossas escolhas, nos vossos caminhos... Quando tudo parecia escuro, a escrita foi um balão de oxigénio, quem sou eu para além das minhas emoções?!
Beijos e abraços

Não há acasos

Hoje estava a pensar, que na vida não há acasos, Fevereiro de 2008 foi o mês que a minha madrinha faleceu vítima de cancro de mama e o meu mundo desmoronou. Partiu feliz porque lhe dei aquilo que ela sempre me pediu, licenciei-me com distinção de mérito e era vê-la regozijar a organizar a minha festa de curso. A sua última festa! Fevereiro do ano passado, essa maldita doença, volta a reiterar na minha família, descobrimos que o meu pai estava com cancro, o meu mundo cai novamente ao chão. Pego na espada e no escudo de Minerva e estamos juntos, pai, na luta! Mais uma vez! Passados meses, a minha avó aos 92 anos, eterna companheira, a mulher mais bondosa, solidária que conheci, teve um enfarte e eu chorei copiosamente, ao vê-la nos cuidados intensivos, cheia de fios, a lutar como um jovem imberbe pela vida. É também em Fevereiro deste ano que sai o meu livro, cheio de profundidade e que a única veleidade é enobrecer o amor. Penso que todos temos um contributo a dar ao mundo, eu tento fazê-lo através da palavra. Tenho muito orgulho nos meus pais, na minha madrinha, na minha avó. Estes últimos anos foram duros, muitas portas fecharam-se a nível profissional, muitos nãos, muitas desilusões amorosas, mas isso é uma pequenina migalha, visto que a saúde é o bem mais precioso. Mormente, tenho muito orgulho em mim e digo-o sem grande vaidade, se nunca desisti no meio deste cataclismo, foi apenas por dois motivos: a fé inabalável que tenho em Deus e o facto de ter o privilégio de ser muito amado. Acredito no Homem, no mundo, que o amanhã será melhor. Tenho o corpo em chagas, mas continuo de pé!

Homenagem à minha madrinha Fernanda Seixas

Madrinha, meu anjo-da-guarda, que do céu olhas por mim. Há cerca de oito anos, junto da cama do IPO, em que tu lutavas pela vida, prometi-te este livro. Sei que deves estar muito orgulhosa de mim. No meu coração guardo o teu sorriso demulcente. Toda a tua coragem e exemplo, mulher guerreira! O nosso amor, vai para lá do infinito do céu, onde tu repousas, junto aos pés do Senhor e cuidas de mim. 
O nosso amor é intemporal e incondicional. Minha madrinha enquanto tiver voz, enquanto tiver braços e pernas, enquanto me entender por gente, sempre te levarei no meu coração e tudo o que na vida faço é a pensar no teu exemplo. A saudade é imensa, mas sei que estás em paz... Um dia nos reencontraremos para passear de mão dada, como sempre fizemos e nas tardes de desvario, em que eu triste por alguma circunstância, tu com toda a tua grandiosidade de alma, sem nunca te queixares do teu cancro terminal, afagavas-me os caracóis do cabelo e eu no teu sorriso sabia que ia ficar tudo bem! As palavras estão gastas para gritar ao mundo o quanto te amo...

Os Pássaros também choram

Aqui está o cartaz de apresentação da obra com a referida sinopse. A violência doméstica, o cancro, a solidão nos idosos, o conflito de gerações, o rapto de um filho, o sentimento de culpa, um amor platónico, são algumas temáticas abordadas no livro. Um homem que quase morre pelo amor de uma mulher, descobre no revés da vida, que há muitas formas de amar. Porque a vida não é o que almejamos, é o que é. No seu ato nobre de voluntariado conhece Dona Leonilde, uma velhinha que vive numa solidão imensa culpando-se pelo rapto do neto. Esse homem, para lhe mitigar o sofrimento assume esse papel, em passagens comoventes, de compaixão e solidariedade. Mas é nas palavras de Maria Rita, que escutamos um grito gutural, à nossa consciência, como cidadãos e seres-humanos. Ela descreve os abusos e o modo como viveu a violência doméstica e o cancro. A esta tela, pincelada com matizes cinzentas, há toques coloridos, repletos de humor e sátira. É um livro apaixonante, quase poético, que vai fazer-nos repensar sobre diversas situações. As personagens são circulares, como se ganhassem asas e evolam num céu de palavras prolixas. Nada é previsível e no fim do livro muitas são as surpresas. No que concerne, à capa, o pássaro estava preso na sua gaiola e assistiu a toda a desdita da mulher, às agressões que lhe foram infligidas e condoeu-se com a sua dor, daí o título metafórico, "Os Pássaros também choram".