domingo, 26 de fevereiro de 2017

Os Pássaros também choram

Aqui está o cartaz de apresentação da obra com a referida sinopse. A violência doméstica, o cancro, a solidão nos idosos, o conflito de gerações, o rapto de um filho, o sentimento de culpa, um amor platónico, são algumas temáticas abordadas no livro. Um homem que quase morre pelo amor de uma mulher, descobre no revés da vida, que há muitas formas de amar. Porque a vida não é o que almejamos, é o que é. No seu ato nobre de voluntariado conhece Dona Leonilde, uma velhinha que vive numa solidão imensa culpando-se pelo rapto do neto. Esse homem, para lhe mitigar o sofrimento assume esse papel, em passagens comoventes, de compaixão e solidariedade. Mas é nas palavras de Maria Rita, que escutamos um grito gutural, à nossa consciência, como cidadãos e seres-humanos. Ela descreve os abusos e o modo como viveu a violência doméstica e o cancro. A esta tela, pincelada com matizes cinzentas, há toques coloridos, repletos de humor e sátira. É um livro apaixonante, quase poético, que vai fazer-nos repensar sobre diversas situações. As personagens são circulares, como se ganhassem asas e evolam num céu de palavras prolixas. Nada é previsível e no fim do livro muitas são as surpresas. No que concerne, à capa, o pássaro estava preso na sua gaiola e assistiu a toda a desdita da mulher, às agressões que lhe foram infligidas e condoeu-se com a sua dor, daí o título metafórico, "Os Pássaros também choram".

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