domingo, 26 de fevereiro de 2017

O meu percurso na escrita

Para os que não gostam de ler, há sempre um livro que nos apaixona. Através dele, podemos viajar por mundos fantásticos, emocionar-nos, sermos melhores pessoas! Há nas palavras uma força, um poder. Eu já adorava Fernando Pessoa, mesmo antes de ler, o "Livro do Desassossego", depois reencontrei-me com ele na escola, onde mergulhei no seu vasto espólio. Quando me deparei com Camões, algo indescritível brotou dentro de mim. Depois, "A aparição" de Vergílio Ferreira ou "Felizmente há luar" de Luis Sttau Monteiro", que adorei! Continuei amealhar e fui comprando livros apaixonantes. Comecei a gostar de poesia, com o poema "Adeus" de Eugénio de Andrade. Encantei-me com este poeta e muitos outros. Mais tarde na cadeira de LCP2- Língua e Cultura Portuguesa 2, na faculdade, com a professora Rita Taborda Duarte, emocionei-me com os poetas, que demos, mormente Herberto Helder. Que saudades dessas aulas inspiradoras, em que conheci a obra de Carlos Oliveira e apresentei o livro "Uma abelha na chuva." Gosto de ler, como gosto de ouvir Amália, Léo Ferré, Ornela Vanoni, para mim tudo soa a poesia. Estou grato aos meus pais que sempre me incutiram esse gosto. Mas se alguém começou esta jornada, foi com a minha querida e saudosa professora Emília da primária, que ao ler-nos " A fada Oriana" de Sophia de Mello Breyner Andresen,fez com que eu ficasse fascinado com esta grande senhora e acompanhasse todo o seu percurso literário. Era um jovem imberbe estava rendido " A Rosa, minha irmã Rosa" de Alice Vieira, comprei quase todos os livros de "uma aventura" de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. Rendi-me a Saramago, o meu escritor preferido. Inspirei-me em grandes mulheres, grandes escritoras, as maiores, para mim, como Rita Ferro, Natália Correia, Agustina Bessa-Luís, entre outras. Como o aprendiz que admira a perfeição do seu mestre, fui a medo, levado pelas emoções a lavrar o meu primeiro romance. Li quase todos os livros de Vargas Lhosa, outro génio que eu adoro, dos meus preferidos. Viajei nas palavras de Hemingway, de Fiódor Dostoiévski, tantos e tantos maravilhosos escritores. Dos últimos livros que li, foi Mo Yan, "Peito Grande, Ancas Largas", recomendo.Temos tantos escritores nacionais fantásticos, com imenso talento, a quem tiro o meu chapéu. É difícil enumerar. Há sempre um livro que nos espera. Muitos vieram ter--me às mãos sem que os procurasse, estavam lá, como se houvesse uma sincronia entre nós. A minha casa parece uma biblioteca, tantas e tantas emoções. É isso que um dia levarei comigo, esses momentos de partilha. Leiam, fomentem a cultura, mas sobretudo nunca se esqueçam, que os livros tornam-nos maiores, mais conscientes, mais unos e completos... O meu muito obrigado a todos os escritores, sejam mais conhecidos, ou não mas que colocam muito de si, todo o seu empenho e amor naquilo que escrevem. Porque um livro é um ato de amor! A minha sentida admiração.

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