quinta-feira, 30 de março de 2017

O grito

O pior nem foram as bofetadas, os murros ou os pontapés...Eram os nomes que ecoavam dentro da minha mente. Chamava-me de inábil, burra, feia. Destruía o meu ego, queria-me submissa das suas vontades e desejos, só assim se sentia homem. Isto não é um homem. Um homem é um cavalheiro, que respeita a mulher e a estima. Isto não é nada. Não tenho nada, roubaram-me um filho, que poderei querer mais da vida? Não tenho um copo, nem um prato, nem um vidro que não esteja partido. A minha alma está fragmentada, o meu corpo violentado. Sou guitarra que não toca, sou barco à deriva no mar. Estou muito cansada, cansada de fingir estar tudo bem. Ninguém sonha o que vivi, sorrio às pessoas e escondo esta miséria de vida. Sou um mendigo de afetos e estou cansada. Muito cansada. Quando o meu filho voltar, por isso não sucumbi ao desespero, porque tenho fé que o meu menino volte, quero que me olhe com orgulho. Ensinaram-me que o casamento é para a vida, que o amor é para sempre. Que amor é este, que me humilha? Não, eu não quero mais isto, eu mereço muito mais, mereço ser feliz, basta de ameaças, torturas, pelos meus filhos, mormente por mim, eu digo "Não à violência doméstica"! Maria Rita
Por Tiago Seixas, Inspirado no romance "Os Pássaros também choram". Eu Tiago, jovem, homem e cidadão, digo NÃO À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA! Que o meu livro seja um contributo, uma mensagem de alerta e prevenção a todas as Ritas do mundo, por quem eu tenho o maior dos respeitos!

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